Quando você era criança, a vida pode ter, em alguns momentos, se parecido com algo entre esquisito e confuso.
Contando um pouco da minha história nessa etapa da vida, um dos maiores medos era o de encontrar a loira do banheiro ou ser pega pelo “homem do saco”. Fazia parte da dinâmica da nossa infância dos anos 80 esses personagens assustadores.
Se fosse só isso, talvez estaria bom, não é? Mas o fato é que muito mais ideias acabam interferindo no que compreendemos como elementos com significado em nossas vidas atuais.
Talvez você passou por situações em sua vida de bullying, foi rejeitado ou ridicularizado, talvez até agredido por outras crianças ou talvez você presenciou muitas brigas entre seus pais.
Ao longo da infância, muitas experiências que foram perturbadoras, frustrantes, confusas e até mesmo prejudiciais. Estas são as experiências que podem afetar o que sentimos sobre nós mesmos e como agimos na vida em relação aos outros.
Hoje se sabe que essas ocasiões, por trazerem na maioria das vezes um forte impacto emocional, acabam por formatar em seu subconsciente algumas crenças centrais negativas.
As crenças centrais negativas se formam durante a infância quando essa sua mente, quando era ainda um hd zeradinho, sem registros sobre determinados assuntos, ou seja, ainda tão jovem e impressionável, busca dar sentido ao que está acontecendo ao seu redor. Muitas vezes em sua mente, provavelmente buscou se convencer de que “está tudo bem” e “isso é normal” como forma de autopreservação.
Como estas declarações são meramente mecanismos que serviram para ajudá-lo a lidar com algo que realmente não compreendia, ideias que partem desses pressupostos podem estar sendo, nos dias atuais, incrivelmente destrutivas para sua auto-estima e comportamento na vida adulta.
O bullying, por exemplo, é uma experiência comum para muitas pessoas – quer você tenha experimentado ou testemunhado isso acontecendo com outra pessoa. Pode levar a sentimentos de rejeição e autorejeição, autodiálogo negativo, pensar que era ridículo, enfim, ideias que acabam por deixar cicatrizes emocionais duradouras na autoestima de uma pessoa. E atenção: isso não se limita apenas a crianças em idade escolar; mesmo pré-escolares podem ser afetados pelo bullying.
Não é apenas o bullying que pode nos moldar; testemunhar seus pais brigando, sentir-se negligenciado ou ignorado por eles, ou ter regras excessivamente rígidas impostas a você pode deixar uma impressão sobre como você vê os relacionamentos e as figuras de autoridade quando adulto. Essas experiências podem fazer com que você seja excessivamente confiante e aberto com os outros, ou podem torná-lo mais cauteloso e desconfiado em suas interações com outras pessoas.
Nossas experiências de infância também moldam nossas crenças sobre nós mesmos. Se recebermos reforço positivo de nossos pais e professores quando somos jovens, isso provavelmente terá um efeito positivo em nossa autoconfiança mais tarde na vida. Por outro lado, críticas ou negligência podem nos levar a duvidar de nós mesmos e questionar nosso valor como indivíduos. Essa falta de confiança, por sua vez, afeta a forma como interagimos com os outros — e é por isso que é tão importante que os pais demonstrem amor e incentivo aos filhos durante esses anos de formação.
Nossas experiências de infância moldam quem somos hoje de várias maneiras — algumas boas e outras ruins. É importante reconhecer como esses eventos iniciais impactaram nossas vidas para que possamos entender melhor por que agimos da maneira que agimos agora como adultos. Ao reconhecer essa ligação entre o passado e o presente, podemos tomar medidas para desfazer quaisquer influências negativas de nossa infância e nos tornar indivíduos mais autoconscientes na vida adulta.
Mesmo que você tenha sofrido em sua infância e crenças limitantes tenham se formado, pode ser difícil superar estes obstáculos e seguir em frente na vida. Entretanto, com a ajuda de ferramentas de treinamento, você pode progredir no sentido de alcançar maior auto-estima e uma visão mais saudável da vida.
As ferramentas de coaching são projetadas para ajudar os indivíduos a identificar seu estado emocional atual, reconhecer suas crenças limitantes e comportamentos habituais que os mantêm presos, e substituí-los por padrões de pensamento mais positivos. Isto pode incluir a utilização de ferramentas que irão servir para desafiar pensamentos negativos e reestruturar a maneira como pensamos sobre nós mesmos e sobre o mundo ao nosso redor. Além disso, gosto de utilizar o impacto espiritual e emocional de algumas ferramentas de coaching que fazem uso de visualização e afirmações usando imagens guiadas ou exercícios de “ensaio mental” para ajudar as pessoas a identificar objetivos e quebrar etapas para atingir tais objetivos.
Outras técnicas comuns de coaching incluem práticas de consciência, como meditação ou atenção plena, exercícios físicos que atuam elevando o humor, journaling ou escrita consciente em diário e tudo isso tem forte resultado em nosso objetivo de aumentar a autoaceitação, o amor próprio, o acolhimento, a proteção e a validação de sua criança interior. As técnicas de redução do estresse também podem ser usadas para ajudar os indivíduos a administrar emoções esmagadoras, fornecendo habilidades úteis para lidar com os momentos de aflição.
Ao criar uma atmosfera de apoio, incentivo e aceitação com um treinador ou mentor, aqueles que estão lutando para limitar as crenças de seu passado podem criar um espaço seguro para a cura que permite o crescimento e a mudança ao longo do tempo. À medida que os velhos padrões começam a quebrar, surgem novas maneiras de pensar que podem influenciar dramaticamente nosso processo de tomada de decisões – aproximando-nos mais do alcance de nosso potencial final.
Este processo começa com o compromisso de mudança; algo que requer coragem, mas que, em última instância, leva a uma maior liberdade pessoal. Com as ferramentas certas à mão – e fé em si mesmo – é possível reescrever a própria história a fim de desenvolver hábitos mais saudáveis, deixando para trás quaisquer experiências negativas do passado.